Há alguns anos, quem perdia os dentes acabava por optar por uma dentadura, que é uma prótese removível capaz de devolver o sorriso ao paciente. Mas o resultado ainda está longe de ser o ideal.
O implante dentário é uma solução mais avançada, já que se trata de uma estrutura metálica que substitui a raiz do dente perdido, sendo colocada no osso logo abaixo da gengiva e permitindo ao dentista moldar a prótese individualmente. A engenharia genética está a elevar os implantes a um novo patamar, estendendo o benefício a usuários de dentaduras.
“Quando se perde um dente, o osso que lhe dava suporte acaba por perder a sua função. Com o passar do tempo, o organismo encarrega-se de remodelar a área e pára de produzir mais células para aquela região. A solução mais comum para quem se quer ver livre da dentadura é fazer um enxerto com um osso do próprio corpo ou proveniente de doação. No primeiro caso, o procedimento é doloroso para o paciente. No segundo, a dependência da doação pode causar desânimo com a demora. A novidade, então, é recorrer à engenharia genética”, diz o doutor Marcelo Rezende, especialista em implantes dentários e director da Smiling Dental Care. Rezende diz que, há quase 50 anos, os cientistas descobriram uma proteína responsável por induzir o crescimento ósseo.
“Na tentativa de criar um similar em laboratório, a engenharia genética chegou ao BMP-2. Primeiramente, seu uso foi aprovado somente para cirurgias de coluna. Disponível agora também na odontologia, essa proteína é aplicada no local em que se objectiva o crescimento ósseo, que deve acontecer num espaço de seis meses até à sua completa reconstrução”. De acordo com o especialista, antes era inserido um pequeno pedaço de osso para se atingir um resultado imprevisível. A nova técnica faz uso de uma esponja de colágeno com a proteína sintética para induzir as células-tronco do paciente a formar um osso com uma qualidade ainda superior à do original. “É incrível perceber que a Odontologia já faz uso das células-tronco para formar um osso como se fosse do ‘nada’. A ciência está-nos permitindo aplicar essa tecnologia muito antes do que esperávamos. E com sucesso”, diz Rezende.
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